A propagação da Covid-19 gerou efeitos pandêmicos no mundo e no mercado do petróleo, nossa principal fonte de combustível. O isolamento social causou declínio no volume de vendas e como consequência a queda na precificação dos combustíveis foi observada em todo o mundo nestas últimas semanas.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e G20 estão se reunindo para decidir os próximos passos deste mercado em meio à atual crise.
Entre os maiores produtores mundiais estão Arábia Saudita e Rússia, que já travavam uma guerra de preços antes mesmo da pandemia. Os Estados Unidos também detêm uma grande parcela do mercado mundial com suas reservas de petróleo de xisto.
Como está sendo no Brasil?
No Brasil, a Associação Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vem trabalhando em duas frentes principais.
A primeira é de combate à propagação do vírus e a segunda, ainda mais importante, é de minimizar os impactos no abastecimento nacional de combustíveis.
Entre as medidas destaca-se o pedido aos estados e municípios que não restrinjam o deslocamento dos profissionais do setor. Outra providência importante é a definição de horário mínimo de funcionamento para postos de combustíveis.
A Petrobras também adotou diversas medidas para preservar a saúde dos colaboradores e do caixa da companhia. A brusca redução dos preços e demanda de petróleo e combustíveis forçou a empresa a reduzir custos e ajustar a produção.
Entenda a seguir os possíveis cenários do mercado mundial de petróleo e sobre a precificação dos combustíveis.
Mercado mundial do petróleo: cenários para os próximos meses
A redução da circulação de automóveis e do tráfego aéreo provocou uma queda nos abastecimentos e com isso o aumento da oferta por parte das distribuidoras.
Especialistas afirmam que se não houver cortes na produção, a capacidade de armazenamento vai se esgotar em alguns meses, principalmente em países como a Rússia. Mesmo que a Opep chegue a um acordo, haverá excesso de oferta.
Autoridades no assunto traçaram possíveis cenários para os próximos meses. Um cenário otimista prevê queda na demanda por um mês e corte de produção por 13 meses.
Outro supõe uma queda na demanda por 3 meses e corte de produção por 18 meses. Por fim, o pior cenário conjectura queda na demanda por 5 meses e corte de produção por 21 meses (Infomoney).
Independentemente do cenário, haverá queda nos preços e o superávit só será resolvido a partir do final de 2020.
Os preços baixos impactam profundamente economias como a do Brasil, que dependem das exportações de petróleo. As ações da Petrobras já sofreram queda na bolsa de valores.
Todavia, a forte redução do preço do petróleo não impactará o preço da gasolina no Brasil como esperado. É isto que entenderemos a seguir.
Precificação dos combustíveis no Brasil: como é feita?
Como o petróleo é a principal fonte de combustíveis fósseis, espera-se que a queda do preço do barril impacte no valor final dos combustíveis.
Realmente houve queda de preço, mas foi uma reação dos proprietários dos postos de combustíveis ao desequilíbrio entre oferta e procura. Mas esta queda não foi proporcional à depreciação do petróleo.
Para entender esta dinâmica é preciso interpretar a composição de preços dos combustíveis no Brasil.
A Associação Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis publica semanalmente um parâmetro para os preços com o intuito de ajudar o consumidor a entender as variações.
Desde 2002 a ANP instituiu a liberdade de preços em todo o setor, como uma forma de flexibilizar o monopólio da Petrobras. Houve então a liberação de importações de gasolina e o preço passou a ser definido pelo mercado, sem valor mínimo e máximo.
De acordo com a Petrobras, grande parte do preço deriva de impostos e margens de lucro da distribuição e revenda.
Os tributos são os maiores responsáveis pelo elevado preço dos combustíveis no Brasil. Aliás, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que o ICMS, principal fonte de arrecadação dos estados, deveria ser cobrado na refinaria e não no posto de combustível.
Outro fator é o aumento das margens de lucro. Os distribuidores e revendedores aumentam o preço final para compensar a crise e manter seus negócios.
Os motivos citados acima, impedem que o repasse seja feito aos consumidores, diante disso os ajustes no valor do petróleo não implica necessariamente na diminuição do valor final dos combustíveis.
O que poderia levar a uma redução na precificação dos combustíveis para os consumidores?
A BBC Brasil indicam alguns fatores principais, explicados a seguir.
- Primeiramente estimular a competição na cadeia de refinarias. A Petrobras ainda detém o monopólio do setor e sua participação, mesmo que menor, é marcante na definição dos preços.
- Outro ponto seria a redução dos tributos, não só estaduais como federais.
- Acabar com os impostos seria inviável, pois traria uma queda muito grande de arrecadação, porém uma redução traria benefícios ao consumidor final.
Por fim, investir em fontes de energia renováveis também implicaria na diminuição dos preços dos combustíveis fósseis. O etanol, por exemplo, tem uma grande vantagem competitiva para nosso país.
O setor de combustíveis será impactado em longo prazo, mesmo que a pandemia termine nos próximos meses. Isto porque o consumo será afetado devido à crise econômica e às altas taxas de desemprego no Brasil.
Por isto é importante que os postos de combustíveis e suas lojas de conveniência adotem medidas para aumentar a produtividade e a agilidade organizacional.
Neste contexto, surgem por exemplo, os sistemas gerenciais e de automação comercial como o oferecido pela webPosto. Estes sistemas oferecem mais agilidade nos processos, redução dos custos e aumento de produtividade.
Combata a crise se utilizando de estratégias assertivas. Solicite um contato e conheça a melhor solução para o seu posto de combustível e loja de conveniência.
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