Digitar no celular e dirigir é como fechar os olhos durante 100 m

Digitar no celular e dirigir é como fechar os olhos durante 100 m

Digitar no celular e dirigir é como fechar os olhos durante 100 m

De janeiro a abril, mais de 21 mil motoristas foram flagrados usando celular ao volante no Distrito Federal.

Com apoio do Detran, G1 fez testes de atenção em pista controlada, veja resultados.

Dirigir e digitar no celular é como dirigir “às cegas”, a afirmação é do professor de epidemiologia dos acidentes de trânsito da Universidade de Brasília (UnB), David Duarte. De acordo com o pesquisador, as pessoas ficam com o olhar na tela do aparelho, no mínimo, 5 segundos. Nesse tempo, é como se estivessem de olhos fechados.

    “Um carro a 60 km/h anda 17 metros por segundo, o que corresponde a quase 100 metros dirigindo às cegas.”

Duarte fez uma pesquisa sobre o assunto com 1197 alunos que possuem carteira de habilitação. O trabalho revelou que, nos últimos três meses, 63,9% dos estudantes mexeram no celular enquanto dirigiam, 56,7% falaram ao celular enquanto estavam ao volante e 45% levaram um susto no trânsito porque estavam mexendo ou falando ao celular.

“O susto é a ante sala do acidente, um quase acidente”, explica o professor.

De acordo com o Detran-DF, desde 2015, usar o celular ao volante é uma das infrações mais flagradas na capital. De janeiro a abril deste ano, 21.650 motoristas foram multados em Brasília porque usavam o aparelho. No mesmo período, em 2016, foram 19.251 multas e em 2015, 18.800.

Conscientização

O diretor-geral do Detran, Silvain Fonseca, diz que o uso do celular é um dos principais fatores que comprometem a segurança no trânsito.

   ” Às vezes, paramos um motorista, que aparentemente está sem o controle do carro, pensando que ele está sob efeito de álcool. Mas na abordagem percebemos que o problema era a atenção que estava voltada ao celular.”

A pesquisa do professor da UnB levantou a suspeita de que quem dirige tentando mandar alguma mensagem pode estar até mais vulnerável do que um motorista que bebeu. Duarte chegou a essa conclusão a partir do resultado que mostrou que quem bebe e dirige leva três vezes mais sustos no trânsito. Já quem digita no celular leva dez vezes mais sustos.

“A questão do celular, da conectividade em tempo integral, é algo irreversível. A sensibilização e a educação são as únicas chances de mudar o cenário. É preciso deixar as pessoas sensíveis à ideia de que não devem receber ligação ou trocar mensagem, mesmo que urgente, enquanto dirigem”, afirma Duarte.

  “Quando um motorista é surpreendido por uma situação inesperada no trânsito, um animal da pista, por exemplo, ele passa por um processo mental e físico, que envolve desde o momento em que ele enxerga o perigo e começa a agir.”

“Em uma pessoa jovem e saudável esse processo leva cerca de um segundo. Se ela estiver falando ao celular, esse tempo vai de 2 a 3 segundos. Se ele estiver digitando então, esse tempo aumenta mais ainda”, afirma o pesquisador.

Fiscalização

A multa por uso de celular é considerada gravíssima, o valor é R$ 293,40 e mais sete pontos na carteira de habilitação. O diretor do Detran- DF explica que a infração é aplicada a todos que forem flagrados usando o celular enquanto estiveram na condução de um veículo.

 “Mesmo com o carro parado no semáforo, se o motorista estiver mexendo no celular será multado.”

Além das multas aplicadas pelos agentes de trânsito, o DF possui fiscalização por câmeras de monitoramento nas rodovias e no perímetro urbano. Essas câmeras, segundo o Detran, conseguem captar movimentos dentro do carro e por meio dessas imagens muitos motoristas tem sido multados pelo uso do celular ao volante.

Fonte: G1

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