Os carros elétricos têm ganhado cada vez mais espaço no mercado, mas apesar de tantos benefícios, a opção ainda é bastante salgada para o bolso dos brasileiros. Com a crescente onda de preocupação com emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, alternativas estão sendo criadas para tentar driblar os malefícios de combustíveis fósseis. É aí que surge o hidrônio verde!
O que é o Hidrogênio Verde
Derivado de energia limpa, o hidrogênio verde pode ser retirado de fontes abundantes na terra, como a água. O formato de combustível pode ser utilizado para fornecer energia a veículos de grande porte, como por exemplo, aviões, navios e até indústrias.
Os carros são os maiores causadores de problemas climáticos no mundo. Só para se ter uma ideia, a emissão de gás carbônico na atmosfera oriunda da utilização de combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel, corresponde a 72,6% de todo o efeito estufa. Em contrapartida, apenas 30% de toda a população se utiliza do meio de transporte para se locomover.
O hidrogênio verde seria uma ótima forma de utilização para minimizar esses danos e dar um respiro para o meio ambiente.
De acordo com o grupo financeiro mundial, a Goldman Sachs, o mercado global do hidrogênio verde deve valer até 2050 mais de 11 trilhões de dólares. Instalações já estão sendo criadas em todo mundo e países como os Estados Unidos, China, Chile, África do Sul, Austrália, entre outros, já saíram na frente.
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A importância do hidrogênio verde
Conter a emissão de gases do efeito estufa e reduzir a temperatura média do planeta virou prioridade mundial. Nesse sentido, diversos pesquisadores e governantes têm defendido a utilização do hidrogênio verde para “descarbonizar” a nossa economia.
Só para se ter uma ideia, o hidrogênio é uma das fontes mais abundantes hoje na terra. Ele pode ser encontrado na água, plantas, animais e até em nós, seres humanos. Entretanto, ele nunca é encontrado de forma pura no meio ambiente.
Diferente do dos combustíveis fósseis, onde para se tornarem aptos para uso precisam entrar em combustão, o hidrogênio verde se torna utilizável através de uma transformação eletroquímica, ou seja: por meio de um processo químico conhecido como eletrólise. Nesse método utiliza-se a corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio que existe na água, obtendo assim energia sem produzir dióxido de carbono na atmosfera.
Só para se ter uma ideia, a utilização do hidrogênio verde poderia acabar com a produção anual de 830 milhões de toneladas de CO2 produzido por combustíveis fósseis. Se formos focar apenas aqui no Brasil, o combustível pode ser empregado em refinarias e até no setor agrícola. Visto que hoje 80% dos fertilizantes utilizados no país são importados.
Além disso, outro ponto positivo é que hoje o hidrogênio é o elemento químico mais abundante na natureza e uma fonte de energia limpa que só emitiria vapores de água no ar.
O hidrogênio verde no Brasil
Engana-se quem acha que o país está ficando para trás na corrida da nova fonte de energia. Ainda em março de 2021, iniciou-se a construção da maior usina de hidrogênio verde do país no Ceará. O aporte da EDP Brasil é de 41,9 milhões de reais e a previsão é de que ela inicie seu funcionamento ainda em 2022. O Estado também está discutindo parcerias com o ITA, UFC e Embraer para produção do combustível para uso na aviação da região.
Na corrida pelo futuro, o Rio Grande do Sul também já sinalizou o interesse na produção de hidrogênio verde para suprir a indústria de fertilizantes e combustíveis. O estado já estuda parceria com empresas privadas e já fala até em exportação do produto.
De acordo com especialistas, por conta de sua posição geológica e privilegiada na terra, o Brasil tem grande capacidade de se tornar o líder mundial do combustível. Porém, existem grandes barreiras que precisam ser superadas. Como por exemplo, os custos, transporte, armazenamento e questões tecnológicas.
Brasil como potência mundial
De acordo com um estudo internacional alemã feito pela consultoria alemã Roland Berger e divulgado pela revista Valor Econômico, o país pode se tornar o maior produtor de hidrogênio verde do mundo e alcançar a receita de anual de R$ 150 bilhões a partir de 2050, dos quais R$ 100 bilhões serão provenientes das exportações.
O partner head de Energia da consultoria Roland Berger Brasil e um dos autores do estudo “Oportunidade de hidrogênio verde no Brasil”, Jorge Pereira da Costa, explica que essa demanda deve colocar o Brasil como protagonista no contexto de transição energética.
“O Brasil tem que criar condições para a redução dos riscos dos projetos de investimento no país, particularmente das indústrias mais consumidoras de hidrogênio e/ou conceder incentivos financeiros, fiscais ou outros para reduzir os preços de produção e apoiar os agentes produtores instalados no país. O país precisa continuar ativo na definição desse marco regulatório, particularmente quanto aos mecanismos e critérios de certificação”, comenda Jorge Pereira da Costa.
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